sexta-feira, 27 de abril de 2018

O TÚNEL DE BOTUJURU: MAIS FATOS ESTRANHOS

O túnel ferroviário de Botujuru, na ligação Jundiaí S. Paulo é um local onde aconteceram muitos fatos no mínimo esquisitos: crimes, acidentes (alguns quase cômicos), aparições etc. 

No início de 1898 mais um acidente aconteceu: uma caixa de dinamite que estava sendo utilizado na duplicação do túnel explodiu, matando um operário que manuseava o material. 

No momento da explosão, um trem que saíra de Jundiaí passava pelo túnel - seus passageiros nada sofreram, houve apenas pequenos danos materiais. 


segunda-feira, 23 de abril de 2018

JUNDIAI JÁ TEVE UM TIRO DE GUERRA

Os Tiros de Guerra (TGs) são organizações vinculadas ao Exército encarregadas dar uma formação militar muito básica aos jovens, que em situações de emergência podem ser empregados em operações de defesa territorial e/ou defesa civil. 

Os TGs são estruturados de modo que o convocado possa conciliar a instrução militar com o trabalho ou estudo; a organização de um TG ocorre em acordo firmado com as prefeituras e o Exército, que fornece os instrutores (normalmente sargentos ou subtenentes), fardamento e equipamentos, enquanto a administração municipal disponibiliza as instalações. Por essa razão, geralmente, o prefeito se torna o diretor do TG.

Existem hoje mais de 200 TGs distribuídos por quase todo o território brasileiro. Antigamente chamados "Linhas de Tiro" tiveram origem em 1902, quando se fundou na cidade de Rio Grande (RS) uma
sociedade de tiro ao alvo com finalidades militares — essa e outras similares transformaram-se a partir de 1916 em estruturas vinculadas ao Exército, na esteira da pregação de Olavo Bilac em prol do serviço militar obrigatório - como não era possível ter unidades regulares do Exército em todo o pais, os TGs acabaram tornando-se a presença do exército em muitas localidades. 

Em função de o Exército estar aqui  desde 1922, quando começou a operar o 2° Grupo de Artilharia de Montanha, hoje 12º GAC, foi com surpresa que descobrimos ter existido aqui um Tiro de Guerra, o TG 132 - afinal, os TGs eram instalados prioritariamente em cidades em que não existiam unidades regulares do Exército.

As informações sobre nosso TG são poucas; a primeira notícia que encontramos acerca do TG, dava conta que em 1º de setembro de 1932 fora inaugurado o stand do Tiro de Guerra (à época chamado Linha de Tiro), situado na Ponte de S. João. Em junho de 1931 foi nomeado instrutor o sargento Arnaldo Ferreira Bastos; em 3 de janeiro de 1932 foi eleita a diretoria do TG, presidida por João Henrique Bezerra; outras personagens importantes de nossa cidade faziam parte da diretoria: Tibúrcio Estevam de Siqueira, Waldomiro Lobo da Costa, Alceu de Toledo Pontes, Casemiro Brites de Figueiredo (eleito presidente em 1934), Thomaz Pivetta (foi prefeito de nossa cidade), Hugo Olivato e Mario Bocchino (entre outros). Boaventura Pereira Neto foi também presidente do TG.

Em fevereiro daquele ano, foi nomeado instrutor o sargento Alcides Vilar de Azevedo. Serviam jovens de 21 anos de idade; o curso durava cerca de 6 meses.

Na revolução de 32, os membros do TG foram encarregados do policiamento da cidade, pois os militares do Exército e da Força Pública foram deslocados para a frente de batalha. 

Em 20 de setembro de 1935, a Folha da Manhã anunciava a realização de um jogo de futebol entre reservistas daquele ano e os de 1934 - a nota dizia que o 132 era um dos mais antigos de nosso estado.

Com a criação de uma "Unidade-Quadro" como parte do 2º Grupo de Artilharia de Dorso (hoje 12º GAC), uma bateria destinada a formar reservistas de 2ª categoria, o TG 132 encerrou suas atividades em fins de 1936.

A sede do TG 132 ficava  rua Capitão Damásio (atual Marechal Deodoro da Fonseca), e segundo o Cel. Benevides, que comandou o 12º GAC, tinha um estande de tiro na área que hoje compreende o bairro da Colonia. O TG 132 tinha, na virada dos anos 1920 para 1930, uma banda e um "jazz band" - pequena banda que tocava música popular, especialmente jazz, muito em voga na época.

A foto abaixo foi publicada pela revista "Sultana", que circulou em nossa cidade; era o número 24, de setembro de 1935:




domingo, 22 de abril de 2018

VEREADOR É PRESO (E LOGO SOLTO)


Vivemos um momento em que políticos tradicionalmente adversários se unem contra a prisão de pessoas condenadas em segunda instância - é um momento em que o que interessa é a salvação da pele...

Políticos de nossa cidade já adotavam, há 50 anos, praticas similares: em 25 de março de 1958, a imprensa noticiava  a detenção de praticantes de jogos de azar, proibidos por lei. Dentre os detidos, o dono do bar que sediava a jogatina, Waldemar Giarola, vereador pelo PSB.

O vereador Giarola
Tão logo souberam da notícia, vereadores movimentaram-se e acabaram obtendo a soltura do colega, prometendo tomar providências contra o delegado responsável pela operação!

É exatamente o que vem acontecendo agora, com os transgressores da lei inocentados e os policiais que cumpriram seu dever, responsabilizados. 

E também à semelhança do que vem acontecendo agora, o vereador foi reeleito mais duas vezes...



terça-feira, 17 de abril de 2018

OS TROPEIROS DE JUNDIAÍ RECLAMAM: QUEDA DE PONTE INTERROMPE A LIGAÇÃO COM S. PAULO E SANTOS

A administração pública raramente consegue executar suas funções de maneira a atender às necessidades dos cidadãos. 

Prova disso é que a Câmara da cidade de São Paulo recebeu, em 26 de outubro de 1822, documentos dando conta de queixas de tropeiros que transportavam mercadorias, principalmente açúcar, de nossa cidade para São Paulo e Santos - à época, Jundiaí era uma grande produtora de açúcar.

Os tropeiros queixavam-se do estado da ponte do Anastácio, sobre o rio Tietê; essa ponte devia situar-se próximo à atual ponte que em continuação à Via Anhanguera cruza o rio. 

Em março daquele ano, a ponte foi vistoriada, tendo se constatado que uma das vigas estava quebrada. Fez-se uma concorrência para conserto da ponte e em 22 de maio houve o pedido para que o governo fizesse o primeiro pagamento, para início dos serviços.

Parecia que tudo iria se resolver, mas no dia seguinte estoura a "Bernarda de Francisco Inácio", um motim promovido em função de rivalidades políticas na então Província de São Paulo". No museu de Itu há um painel de azulejos que faz referência ao movimento. 

O movimento só foi sufocado em janeiro do ano seguinte, e durante o mesmo, quase tudo, inclusive o conserto da ponte, foi paralisado - ela continuou a deteriorar-se até cair de vez, prejudicando não apenas os tropeiros, mas os moradores da região e outros viajantes. 


segunda-feira, 9 de abril de 2018

TRAGÉDIAS QUE PODERIAM TER SIDO EVITADAS

Mortes em decorrência de acidentes são muito tristes; ainda mais tristes quando esses acidentes poderiam ter sido evitados. 

A Folha de S. Paulo de 17 de março de 1969 noticiava dois desses acidentes, ocorridos no dia 15: em um deles, uma pessoa caiu em um poço, ao tentar verificar o volume de água disponível; tentou descer pelo cano que levava a água à superfície, que não resistindo ao peso da pessoa cedeu, lançando-a ao fundo do poço.

O outro caso aconteceu durante uma escavação que vinha sendo feita em uma indústria: houve um deslizamento de terra que matou um operário. 

Infelizmente, não temos uma cultura de segurança, que poderia ter evitado o pior.